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Vitamina D: Muito além da saúde óssea – um papel fundamental na saúde mental | Adriana Kelmer Siano

Quando falamos em vitamina D, a primeira associação que fazemos é com a saúde óssea. De fato, ela é essencial para a absorção de cálcio e para a manutenção de ossos fortes. No entanto, o que poucos sabem é que a vitamina D vai muito além dessa função. Estudos recentes mostram que a vitamina D exerce um papel crucial nas vias metabólicas relacionadas à saúde mental, impactando transtornos como depressão, insônia e ansiedade.

 

A vitamina D influencia diretamente várias funções cerebrais, desempenhando um papel importante na regulação de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, substâncias químicas do cérebro associadas ao humor e ao bem-estar. Níveis adequados de serotonina são fundamentais para prevenir a depressão, enquanto a dopamina é essencial para manter a motivação e o prazer. Baixos níveis de vitamina D podem prejudicar essas vias metabólicas, contribuindo para o desenvolvimento de sintomas depressivos.

 

Além disso, a vitamina D também tem um papel na regulação dos ciclos de sono, impactando a qualidade e a duração do sono. Isso é particularmente importante para pessoas que sofrem de insônia, já que a deficiência de vitamina D pode piorar a capacidade de adormecer e manter um sono reparador.

 

No caso da ansiedade, há evidências de que a vitamina D ajuda a regular a resposta do sistema nervoso ao estresse, modulando a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que é responsável por gerenciar as respostas ao estresse no organismo. Níveis inadequados de vitamina D podem desregular esse sistema, levando a um aumento nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse; consequentemente, podem agravar os sintomas de ansiedade.

 

Para que a vitamina D desempenhe suas funções adequadamente, é essencial que seus níveis séricos estejam dentro da faixa ideal. No entanto, não podemos falar em vitamina D sem considerar o equilíbrio com outros elementos, como o cálcio, o paratormônio (PTH) e o fósforo:

– Vitamina D: Responsável por regular a absorção de cálcio e fósforo no intestino, além de influenciar diretamente a saúde mental.

– Cálcio: Um mineral vital que, em conjunto com a vitamina D, apoia o funcionamento adequado do sistema nervoso e oscilação do humor.

– PTH: Hormônio que regula os níveis de cálcio no sangue e participa da conversão da vitamina D em sua forma ativa.

– Fósforo: Mineral importante para a formação óssea e também necessário para o metabolismo energético, afetando indiretamente o bem-estar mental.

 

Monitorar esses parâmetros é essencial para entender como o corpo está processando e utilizando a vitamina D. Desequilíbrios, como deficiência de vitamina D ou cálcio elevado, podem afetar tanto a saúde física quanto a saúde mental.

 

Para garantir que os níveis de vitamina D estejam adequados é fundamental adotar uma abordagem abrangente, que vá além da simples exposição ao sol. A seguir estão as estratégias mais eficazes para manter a vitamina D em níveis saudáveis e garantir seu impacto positivo na saúde mental:

1- Exposição ao sol:

A principal fonte de vitamina D é a exposição solar. Cerca de 15 a 20 minutos de exposição direta ao sol, sem protetor solar, em horários adequados (normalmente antes das 10h ou após as 16h), pode ser suficiente para estimular a produção de vitamina D na pele. No entanto, é importante balancear essa exposição com o risco de danos causados pela radiação UV, por isso é ideal consultar um especialista para determinar o tempo ideal para cada tipo de pele.

2- Dieta rica em vitamina D:

Além do sol, alguns alimentos são fontes importantes de vitamina D, como peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), gema de ovo, cogumelos expostos ao sol e alimentos fortificados, como leites e cereais. Manter uma dieta equilibrada com esses alimentos ajuda a garantir um aporte regular de vitamina D.

3- Suplementação:

Em casos de deficiência diagnosticada ou em situações em que a exposição ao sol é limitada, como em períodos de inverno ou em pessoas que trabalham em ambientes fechados, a suplementação de vitamina D pode ser necessária. No entanto, essa decisão deve ser tomada com base em exames e orientação médica, pois o excesso de vitamina D pode trazer complicações, como hipercalcemia.

4- Vitamina K2 e magnésio:

A vitamina K2 é fundamental para o direcionamento correto do cálcio no organismo, garantindo que ele seja depositado nos ossos em vez de se acumular nas artérias ou tecidos moles, onde pode causar calcificação. Já o magnésio é um mineral crucial para o metabolismo da vitamina D, ajudando na conversão da vitamina D em sua forma ativa. Além disso, o magnésio também participa na regulação dos níveis de cálcio e fósforo no corpo, promovendo a saúde óssea e mental.

5- Atividade física:

Exercícios físicos, especialmente aqueles que envolvem impacto ou resistência, como musculação e caminhada, não apenas fortalecem os ossos como também aumentam a eficácia da vitamina D em mobilizar cálcio para os ossos. A prática regular de exercícios também está associada à melhora no humor, redução do estresse e melhor regulação hormonal, potencializando os benefícios da vitamina D na saúde mental.

6- Hormônios sexuais:

A saúde hormonal também influencia a utilização adequada de vitamina D no corpo. Tanto o estrogênio nas mulheres quanto a testosterona nos homens são importantes para a manutenção da densidade óssea e a regulação do humor. Níveis adequados desses hormônios potencializam a ação da vitamina D, garantindo que o cálcio vá para os ossos e promovendo o bem-estar mental.

7- Evitar excesso de sódio e cafeína:

O excesso de sódio e cafeína na dieta pode aumentar a excreção de cálcio pelos rins, diminuindo sua disponibilidade para os ossos e aumentando o risco de desequilíbrios minerais. Para manter os níveis de vitamina D e cálcio adequados, é recomendável reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados ricos em sódio e limitar o consumo de café e outras bebidas ricas em cafeína.

8- Limitar o consumo de álcool e evitar o tabaco:

O consumo excessivo de álcool e o tabagismo estão associados à redução da absorção de vitamina D e ao aumento do risco de osteoporose. O álcool, em particular, interfere na conversão da vitamina D em sua forma ativa, enquanto o tabaco pode comprometer a saúde óssea e o metabolismo da vitamina D.

 

A vitamina D desempenha um papel essencial para além da saúde óssea, influenciando diretamente o equilíbrio mental e emocional. Monitorar seus níveis séricos, junto com os de cálcio, PTH e fósforo, é fundamental para garantir um metabolismo saudável, prevenindo e auxiliando no tratamento de condições como depressão, insônia e ansiedade. Além disso, adotar estratégias como exposição solar equilibrada, alimentação adequada, suplementação quando necessária, prática de exercícios físicos e a adoção de hábitos saudáveis contribui para a manutenção de níveis ótimos de vitamina D e, consequentemente, de saúde mental.

 

Na Clínica VittaSoul, nossa abordagem integrativa leva em conta todos esses aspectos para garantir um tratamento eficaz e personalizado. Se você deseja saber mais sobre como a vitamina D pode impactar sua saúde mental e física, agende uma consulta conosco.

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Daniel Araújo

– Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2017 – CRM-MG 73183;
– Residência Médica em Neurologia pelo HU-UFJF (2021) – RQE 57063;
– Pós-graduação em Terapia Intensiva pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (2024);
– Mestrado em Saúde pela UFJF (2025);
– Professor universitário na UNIFAA (Valença-RJ).

Jone Loures

– Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2007 – CREF 034587-G/MG;

– Pós-graduação em Reabilitação Cardiovascular pelo Instituto do Coração da FMUSP (2008).

Ana Cláudia Lima Pícoli

– Graduação em Educação Física pela Faculdade Metodista Granbery em 2009 – CREF 016969-G/MG;

– Curso de Formação em Pilates pela Powerlife (2013);

– Pós-graduação em Ensino de Educação Física para Educação Básica pela UFJF (2015);

– Pós-graduação em Pilates, Reabilitação e Grupos Especiais pela VOLL Pilates (2022).

Monique Faria

– Graduação em Nutrição pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci em 2024 – CRN 9/33576;

– Pós-graduanda em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia no Esporte (INADES);

– Certificação Internacional em Psiquiatria Nutricional – INCOOR;

– Curso de Modulação Nutricional em Cardioendocrinologia – INCOOR;

– Curso em Ciência do Bem-estar – Yale.

Gabriela Ramos

– Graduação em Nutrição Clínica pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2023 – CRN 9/32453;

– Pós-graduanda em Hipertrofia e Emagrecimento.

Karine Soriana Souza Costa

– Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2019 – CRP 04/57273;

– Especialista em Saúde do Adulto com Ênfase em Doenças Crônico-degenerativas pelo Hospital Universitário da UFJF (2022);

– Pós-graduanda em Psicologia Clínica Baseada em Evidências.

Luana Carla Campos Corrêa Silva

– Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2023 – CRP 04/71508;

– Atende pela Terapia do Esquema (TE) e Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

Tulio Siano Rossini

– Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Teresópolis em 2018 – CRM-MG 79251;

– Especialização em Psiquiatria pelo Hospital São Marcos no interior de São Paulo (2024);

– Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Adriana Kelmer Siano

– Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 2000 – CRM-MG 34894;
– Residência Médica em Psiquiatria no Hospital Universitário da UFJF (2004) – RQE 14810;
– Formação em Psicanálise pela SOBRAP de Juiz de Fora (2005);
– Pós-graduação em Psicanálise, Subjetividade e Cultura pela UFJF (2007);
– Mestrado em Saúde pela UFJF (2009);
– Pós-graduação em Psiquiatria Nutricional e do Estilo de Vida (2024)
– Pós-graduação em Saúde Mental – com visão Funcional Integrativa (2025)
– Preceptora da Residência Médica em Psiquiatria do HU/UFJF desde 2014 — coordenadora do Ambulatório de Interconsulta Psiquiátrica e do Programa de Transtornos do Humor.

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